Por Vald Ribeiro
Adélia Prado, considerada a maior poeta viva do Brasil, é vencedora do Prêmio Camões, a mais prestigiada distinção da literatura em língua portuguesa. A divulgação do prêmio ocorreu na tarde de quarta-feira, 26, pela Fundação Biblioteca Nacional. Prado foi selecionada por um júri composto por seis membros, com representação equitativa do Brasil, Portugal e Moçambique, cada um contribuindo com dois jurados.
Em comunicado sobre a escolha, o júri classificou Adélia como “autora de uma obra muito original, que se estende ao longo de décadas, com destaque para a produção poética”.
A escritora foi homenageada por sua destacada trajetória na literatura, marcada por uma linguagem inovadora e uma sensibilidade poética que explora temas como fé, amor, mortalidade e a essência da existência humana. Com um estilo lírico e inovador, Prado conquistou um espaço prestigiado na literatura brasileira e é considerada a maior poeta viva do país. Além de poeta, ela é contista e romancista. Autora de mais de 20 livros, ela se prepara para lançar um novo livro de poemas ainda este ano.
Com a premiação, a autora se junta a um seleto grupo de 15 autores brasileiros que já receberam o Prêmio Camões, dentre eles Chico Buarque, Jorge Amado, João Ubaldo Ribeiro, Lygia Fagundes Telles e João Cabral de Melo Neto.
A premiação
Desde sua criação em 1988, o Prêmio Camões consolidou-se como a mais importante honraria literária para autores de língua portuguesa. Nomeado em homenagem ao ilustre poeta Luís Vaz de Camões, o prêmio celebra escritores que contribuem significativamente para o enriquecimento do patrimônio cultural e literário lusófono.
A escolha dos laureados é feita por um comitê de seis membros, representando um espectro equitativo das nações que compartilham o idioma português. Dois membros são do Brasil, dois de Portugal e os dois restantes são indicados pelos países lusófonos africanos e pelo Timor-Leste, garantindo uma seleção diversificada e representativa.
Com um valor monetário de 100 mil euros, o Prêmio Camões destaca-se internacionalmente entre as maiores premiações literárias. O financiamento do prêmio é assegurado por um subsídio da Fundação Biblioteca Nacional, sob a tutela do Ministério da Cultura ( MinC) — pelo Brasil — e do Governo de Portugal.
Dois grandes prêmios em menos de uma semana
Na semana passada, a escritora foi contemplada com o Prêmio Machado de Assis de 2024, a mais importante honraria da Academia Brasileira de Letras. Além desses dois prêmios, ela também foi lareada em diversas premiações:
Prêmio Jabuti de Literatura (1978): Reconhecimento por sua obra “O Coração Disparado”, na categoria Personalidade Literária.
Prêmio ABL de Literatura Infantojuvenil (2007): Homenagem à sua produção literária dedicada ao público infantil.
Prêmio Literário da Fundação Biblioteca Nacional (2010): Reconhecimento pela relevância de sua obra no contexto literário nacional.
Prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Arte (2010): Celebração da força e da beleza de sua poesia.
Prêmio Clarice Lispector (2016): Homenagem à sua escrita original e inovadora, inspirada na obra da renomada autora brasileira.
Prêmio de Literatura do Governo de Minas Gerais (2017): Reconhecimento de sua importância para a literatura mineira e brasileira.
Prêmio da Associação de Artistas e Designers de Artes Aplicadas da Sérvia (2018): Homenagem à sua obra com alcance internacional, transcendendo fronteiras e culturas.