Não sabemos ao certo o motivo que levou a Polícia Federal a colocar o nome de Galho Fraco na operação que investiga práticas de lavagem de dinheiro e desvio de recursos públicos que tem como alvo os deputados federais Sóstenes Cavalcante e Carlos Jordy — dois homens de Deus — conforme linguagem comum entre evangélicos para designar membros especiais da Igreja. Sóstenes é pastor da Assembleia de Deus, e Carlos, pelo que consta na internet, é também evangélico dessa mesma igreja.
Na operação deflagrada na sexta-feira próxima passada, a competentíssima Polícia Federal encontrou no apartamento do Pastor Sóstenes R$ 430 mil. Esse pequenino volume financeiro estava em um saco de lixo delicadamente guardado num armário. Esse homem de Deus justificou que o montante advinha da venda de um imóvel em Minas Gerais. Pelo visto o deputado é averso às tradicionais transações bancárias e prefere carregar e guardar dinheiro em espécie fora dos ambientes bancários. Tal ação, é comum entre alguns políticos. Já teve Senador que carregava dinheiro na cueca, ex-deputado que guardava R$ 51 milhões em caixas e escondia essa bufunfa em um apartamento alugado, vereador que guardava dinheiro no sapato. Por coincidência, essas pessoas que guardam dinheiro em locais menos razoáveis para o sistema financeiro contemporâneo perderam seus espaços inusitados de guardar as finanças porque a competente PF descobriu.
Os dois deputados em questão são bolsonaristas raízes, defensores da ética, da moral, fé cristã, Deus Pátria e família. E por falar em raízes, lembrei-me da Videira Verdadeira, uma das parábolas contadas por Jesus. Nessa parábola, as raízes e o tronco seriam Jesus. Já os galhos seriam os fiéis cristãos que nutrem, obviamente do tronco e das raízes da Videira. Mas quando há ramos fracos na planta, ou seja, aqueles que não dão frutos merecem ser cortados e jogados fora. Teria sido essa parábola relatada no livro bíblico de João, no capítulo 15 que inspirou a PF a dar o sugestivo nome de Galho Fraco?
Então os dois irmãos em Cristo, Sóstenes Cavalcante e Carlos Jordy, numa alusão cristã são dois galhos da Videira? Se ficar provado pelas investigações que esses dois galhos são realmente fracos, os eleitores do Rio de Janeiro vão podá-los e jogá-los fora na eleição de 2026? Fica a dúvida porque parcela enorme da população desse belo estado não tem costume de cortar os galhos fracos que se multiplicam feito erva daninha na política daquele estado e se espalham pelo Congresso Nacional. Basta observar que só neste século seis governadores fluminenses foram presos ou cassados por corrupção, sem falar no grande número de deputados e vereadores em investigação ou cassados por corrupção…
Sim, galhos fracos brotam e se multiplicam pelo Brasil! Na última eleição esses galhos aumentaram exponencialmente pelo nosso país. A maioria deles estão no lado direito e extremo direito da Videira. Precisamos fazer a poda na próxima eleição e deixar apenas os galhos fortes, que apenas vicejam do lado esquerdo da árvore — esses sempre geram bons frutos.
Vald Ribeiro
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