Por Vald Ribeiro
Agraciada como o Troféu Globo de Ouro na categoria Melhor Atriz de Drama, além do inquestionável talento como atriz e roteirista, Fernanda Torres é uma magnifica escritora. Torres estreou no cenário literário brasileiro em 2013 quando lançou o romance Fim, pela Companhia das Letras.

O romance “Fim”, lançado em 2013 -Imagem: Vald Ribeiro ( acervo do fotógrafo) –
No livro, bem recebido pelo público e pela crítica, Torres demonstra uma maturidade surpreendente para uma obra de estreia. A trama, que se concentra nas vidas de cinco amigos idosos, explora uma gama de temas universais, como a passagem do tempo, a amizade, o amor, o sexo e a morte. Cada personagem, com sua história única, contribui para construir um retrato vívido e comovente da condição humana. Ao acompanhar as jornadas de Álvaro, Sílvio, Ribeiro, Neto e Ciro, o leitor é convidado a refletir sobre suas próprias escolhas e a finitude da vida.
A segunda obra literária é Sete anos — lançado pela Companhia das Letras em 2014 —, uma coletânea de crônicas que a agraciada com O Globo de Ouro escrevera para revistas Piauí e Veja, e para o jornal Folha de São Paulo entre 2007 a 2014. O livro apresenta um compilado de reflexões sobre cinema, teatro, política e assuntos do cotidiano, sempre com o toque pessoal e inconfundível da autora. O humor, a ironia e a inteligência aguda são marcas registradas de Torres nesta obra, que com maestria utiliza sua escrita para analisar a sociedade e a cultura de forma crítica e bem-humorada.

Capa do livro “Sete Anos”, lançado em 2013 – Imagem: Divulgação
O romance A Glória e seu Cortejo de Horrores, é a terceira obra da escritora, também publicado pela Companhia das Letras. Na narrativa, Mário Cardoso, um ator sessentão rememora acontecimentos do seu último empreendimento no teatro: o colossal projeto de encenar a peça Rei Lear. O ator, que havia despojado do glamour televisivo para retomar as suas origens no teatro, sonhava com a volta triunfal aos palcos e, para isso, a encenação da peça de Shakespeare seria o motor ara a volta aos palcos.
Através das memórias de Mário, somos transportados para um Brasil em constante transformação, marcado por acontecimentos históricos como a ditadura militar. O protagonista nos apresenta um panorama da dramaturgia brasileira, desde os tempos áureos do teatro de engajamento político até o início dos anos 2000, dominados pela indústria televisiva. No geral, o romance é um convite à reflexão sobre a efemeridade da fama, a importância da arte como instrumento de transformação social e a complexidade da alma humana

O romance “A Glória e seu Cortejo de Horrores”, lançado em 2017 -Imagem: Vald Ribeiro ( acervo do fotógrafo) –
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No ano passado, a atriz, escritora e roteirista lançou mais um empreendimento literário: um canal de literatura no TikTok que conta com mais de 260 ml seguidores.